quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Adeus Sr. Joseph


Eu juro que tentei não vir para aqui falar do assunto, mas… não resisto! Numa altura que Roma está a fervilhar de notícias interessantes era impossível eu não “vir meter a colherada” sobre o assunto.
Tivemos hoje o último dia de Joseph Ratzinger como Papa e antes de mais gostava que fizessem todos um pequeno raciocínio comigo. Se eu sou diretora de uma empresa e todos me tratam por Sra. Diretora, quando me demito da empresa volto a ser apenas a Susana para aqueles funcionários, certo? Quando um presidente de um país deixa de o ser, volta a ser tratado pelo título que tinha anteriormente, certo? Ora então porque é que o senhor Joseph continuará a ser chamado Sua Santidade Bento XVI? Se ele era cardeal antes de ser Papa, agora não deveria voltar ao seu título anterior?
E quem fala do nome, fala também da farda de serviço, já que o senhor continuará a usar a batina branca e deixará apenas os sapatos vermelhos (seriam Prada?).
Tudo isto a mim parece-me… estranho. Resigna mas tem direito a manter várias das “regalias”??  É curioso!

Ora agora começará mais um conclave de senhores cardeais fechados numa sala a discutir o sucessor no trono de São Pedro e eu, do alto da minha insignificância não podia ter maior desinteresse por esta eleição. Será novamente o regresso de um Papa italiano? Finalmente um asiático ou africano? Sul americano? Não sei, não tenho qualquer previsão (até porque não sou a dona Maya), nem tenho especial interesse no assunto, dado que, certamente será um homem, cardeal, com mais de 60 anos que continuará a difundir o cristianismo como o conhecemos até agora.
Ou seja, dificilmente trará algo de novo! E que tal finalmente apostarem numa mulher? Ou num jovem? Ou em alguém que tenha como verdadeira missão fazer o que a sua religião proclama e ajudar o próximo, sem julgar nem impor condições!
Não é segredo para ninguém a minha antipatia pela Igreja Católica enquanto instituição, embora tenha um enorme respeito pela fé das pessoas; mas a mim custa-me entender como é que é possível a hipocrisia (porque é este o termo!) de alguns dos dogmas. Pessoalmente, considero uma afronta de cada vez que alguém ligado à Santa Sé abre a boca para falar da fome quando, qualquer pessoa que visite o Vaticano pode comprovar a exuberância daquele estado, com museus recheados de bens, que vendidos, leiloados, trocados, o que queiram… dariam certamente para encher os pratos a muitos milhões de pessoas durante anos.
E quando entramos então pelo assunto do conservadorismo com o qual nenhum Papa, até hoje, conseguiu cortar, a Igreja perde toda a minha compreensão. Como é que é possível um Papa que apregoa a paz, a boa-vontade, ser o mesmo que condena algo tão importante para a sobrevivência humana como o uso do preservativo? É que meus amigos, aquilo protege doenças!! Acham que é uma atitude cristã saber que se tem uma doença e conscientemente infetar outras pessoas? Acho que vai contra tudo o que é moral. Porque a abstinência nunca existiu nem vai existir simplesmente porque é anti-natura! Só que estes senhores da Igreja vivem agarrados às idéias retrógradas, machistas, preconceituosas, homofóbicas, misóginas e o que mais se lembrarem de lhe chamar, escritas num livro por vários senhores em épocas distintas, que tinham como principal objetivo controlar pelo medo, aquilo que consideravam seu e que nada tinham a ver com a tal entidade divina a que chamaram Deus.
Por isso, quando elegerem finalmente um Papa que acabe com todas estes grilhões sociais a Igreja terá sem dúvida o meu reconhecimento. Até lá, fica-se apenas pela aversão.

E elejam lá o senhor!

1 comentário:

  1. bem acho que para se poder considerar elegível para se ser papa o candidato tem de ter mais de 65 anos portanto estás com azar... e não vou falar muito por que tu já disseste tudo muito bem dito.
    uma coisa é a fé das pessoas e a outra é essa instituição que se gere por interesses chamada Igreja Católico-Romana.

    ResponderEliminar