Eu juro que tentei não vir para aqui falar
do assunto, mas… não resisto! Numa altura que Roma está a fervilhar de notícias
interessantes era impossível eu não “vir meter a colherada” sobre o assunto.
Tivemos hoje o último dia de Joseph
Ratzinger como Papa e antes de mais gostava que fizessem todos um pequeno raciocínio
comigo. Se eu sou diretora de uma empresa e todos me tratam por Sra. Diretora,
quando me demito da empresa volto a ser apenas a Susana para aqueles funcionários,
certo? Quando um presidente de um país deixa de o ser, volta a ser tratado pelo
título que tinha anteriormente, certo? Ora então porque é que o senhor Joseph
continuará a ser chamado Sua Santidade Bento XVI? Se ele era cardeal antes de
ser Papa, agora não deveria voltar ao seu título anterior?
E quem fala do nome, fala também da farda
de serviço, já que o senhor continuará a usar a batina branca e deixará apenas
os sapatos vermelhos (seriam Prada?).
Tudo isto a mim parece-me… estranho.
Resigna mas tem direito a manter várias das “regalias”?? É curioso!
Ora agora começará mais um conclave de
senhores cardeais fechados numa sala a discutir o sucessor no trono de São
Pedro e eu, do alto da minha insignificância não podia ter maior desinteresse
por esta eleição. Será novamente o regresso de um Papa italiano? Finalmente um
asiático ou africano? Sul americano? Não sei, não tenho qualquer previsão (até
porque não sou a dona Maya), nem tenho especial interesse no assunto, dado que,
certamente será um homem, cardeal, com mais de 60 anos que continuará a
difundir o cristianismo como o conhecemos até agora.
Ou seja, dificilmente trará algo de novo! E
que tal finalmente apostarem numa mulher? Ou num jovem? Ou em alguém que tenha
como verdadeira missão fazer o que a sua religião proclama e ajudar o próximo,
sem julgar nem impor condições!
Não é segredo para ninguém a minha
antipatia pela Igreja Católica enquanto instituição, embora tenha um enorme
respeito pela fé das pessoas; mas a mim custa-me entender como é que é possível
a hipocrisia (porque é este o termo!) de alguns dos dogmas. Pessoalmente,
considero uma afronta de cada vez que alguém ligado à Santa Sé abre a boca para
falar da fome quando, qualquer pessoa que visite o Vaticano pode comprovar a
exuberância daquele estado, com museus recheados de bens, que vendidos,
leiloados, trocados, o que queiram… dariam certamente para encher os pratos a
muitos milhões de pessoas durante anos.
E quando entramos então pelo assunto do
conservadorismo com o qual nenhum Papa, até hoje, conseguiu cortar, a Igreja
perde toda a minha compreensão. Como é que é possível um Papa que apregoa a
paz, a boa-vontade, ser o mesmo que condena algo tão importante para a sobrevivência
humana como o uso do preservativo? É que meus amigos, aquilo protege doenças!!
Acham que é uma atitude cristã saber que se tem uma doença e conscientemente
infetar outras pessoas? Acho que vai contra tudo o que é moral. Porque a
abstinência nunca existiu nem vai existir simplesmente porque é anti-natura! Só
que estes senhores da Igreja vivem agarrados às idéias retrógradas, machistas, preconceituosas,
homofóbicas, misóginas e o que mais se lembrarem de lhe chamar, escritas num
livro por vários senhores em épocas distintas, que tinham como principal
objetivo controlar pelo medo, aquilo que consideravam seu e que nada tinham a
ver com a tal entidade divina a que chamaram Deus.
Por isso, quando elegerem finalmente um
Papa que acabe com todas estes grilhões sociais a Igreja terá sem dúvida o meu
reconhecimento. Até lá, fica-se apenas pela aversão.
E elejam lá o senhor!